Arteterapia e bem-estar

Verônica Santiago


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Nem nas páginas Amarelas

10/04/2013 12:01

Quando me formei meu pai disse: "Agora está na hora de você procurar um trabalho decente." Apenas sorri... Puxa... mesmo depois de tanta trabalheira, de pagar a faculdade dando aulas de Ballet... escutar isso até assusta. Confesso que hoje em dia, não é qualquer lugar que aceito trabalhar,mas é muito complicado conciliar a  necessidade de dinheiro com o seu ideal.






 

Dar aulas de Ballet não era o que eu esperava,mas paga as minhas contas. Muita gente que dança sente o mesmo: quer dançar mas precisa dar aulas (disso ou daquilo) e haja criatividade e jogo de cintura para conciliar as coisas.

Como a Saga de Santo André continua, estou procurando por aulas em escolas, projetos, academias...  então comprei o jornal de páginas amarelas ( aquele de emprego) para ver se tinha alguma coisa. Por enquanto procuro por aulas,mas não descarto dançar em algum lugar ou coreografar algum trabalho...






 Pois bem, olhei... olhei...olhei... e nada! Fui para os classificados alternativos e vi somente anúncios de dançarinas para Boate ou prostituição. Me dei ao trabalho de ler todos os anúncios... Pensei: "Meus Deus, é tão bonito ver na novela das 8 a dançarina  no restaurante, será que la na Turquia é assim mesmo?Parece ser respeitável,mas aqui é ligado a prostituição..." ( pelo menos é o que mostrava os classificados).

 Conversei com o meu pai e ele tentou me acalmar,falando que não era assim,que não era necessariamente para se prostituir... mas será que ele ia gostar de ver a filha formada dançando numa boate? A menos que você esteja numa Cia, se recebe por dançar. Dançar em teatro é glamouroso,  mas não se recebe ( como dançarina recebi cachê uma vez). 

Há muito para ser feito... quanta luta ainda teremos que travar para essa  profissão ser reconhecida e valorizada. Nós queremos que a Dança vá para as Escolas, para ser entendida,divulgada,difundida... uma dança nos moldes da Escola. Ótimo! Mas se algum desses alunos escolher esta profissão... que mercado temos para esses futuros profissionais?

Claro que eu não vou desistir, pois essa é a minha verdade. Eu sabia que seria difícil,  não é impossível! Este post parece triste,mas são os conflitos que temos que passar. Hora de lustrar a sapatilha, ajustar o collant, prender o cabelo... e partir pra guerra! 




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